Motivação… ou depressão: Qual é sua escolha?

Desde tempos muito remotos já se fala que todos os elementos da natureza são conectados e ao mesmo tempo incompatíveis em sua dualidade!

Por volta do ano 400 a.C. Heráclito já afirmava que “Você não entra no mesmo rio duas vezes”. Primeiro porque as águas do rio já passaram, e agora são outras. Segundo, porque você também já é outro, sua pele está mais suja e você já mudou de ideias. Interação e dualidade incompatível!

Ainda na antiguidade, por volta de 350 a.C. Lao Tze demonstrava a conexão e dualidade da natureza: “Sem trevas não há luz. Quando você elege uma coisa bonita, as outras tornam-se feias”.

Mais recentemente, já no século 18 a física demonstrou o princípio da impenetrabilidade: “Dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo”, embora interajam entre si! Eu posso conversar frente a frente com você, mas não posso ocupar o mesmo espaço que você!

Esse fenômeno também é verdadeiro em relação ao comportamento humano com a descoberta da incompatibilidade entre comportamentos similares: Você não consegue caminhar e correr ao mesmo tempo. Nem sequer pensar em assuntos diferentes ao mesmo tempo. Se está lendo este artigo com atenção não consegue fazer uma simples conta de 2+2.

Assim é com os comportamentos característicos da motivação e depressão. Embora estejam presentes em nossa natureza, um só ocorre na ausência do outro!

Uma pessoa motivada se caracteriza por praticar os seguintes comportamentos e estados biológicos na maior parte de seu tempo:

  • Bom humor, alegria.
  • Auto imagem positiva, apesar dos obstáculos da vida!
    • “Sou capaz de conseguir”! “Fiz a vida até aqui”!
  • Valorização e apego à vida.
    • “Tudo pode ser conseguido, basta fazer o esforço inteligente”
  • Acordar cedo. Praticar atividades físicas.
  • Saúde, em geral, boa. Dificilmente fica doente. Quanto fica, sara rápido.
  • Morre com idade avançada.

Ao contrário, uma pessoa depressiva se caracteriza por praticar, na maior parte de seu tempo, comportamentos e estados biológicos como:

  • Tristeza profunda. Mau humor.
    • Auto imagem negativa e depreciativa.
    • “Não sirvo para nada!” “Tudo que faço sai errado!”
  • Desistência da vida.
    • “Não adianta fazer nada nessa vida, tudo vai dar errado”!
      • Dores de cabeça, juntas, coluna e pescoço. O corpo todo dói.
    • Mau funcionamento geral do organismo.
  • Fica muito tempo na cama. Acha desculpa para si mesmo para ficar quieto em um lugar.
  • Probabilidade de morte prematura.

As diversas questões que a vida nos apresenta ao longo do dia nos leva a raciocinar, nos emocionar, desejar e praticar comportamentos em qualquer um desses opostos. É como um pêndulo que oscila para o lado da motivação ou para o lado da depressão. Hora respondemos com comportamentos motivadores, como quando diante de um obstáculo no trabalho nos esforçamos na busca de conhecimentos e encontramos uma solução. Hora respondemos com comportamentos depressivos, como quando, na mesma situação no trabalho, pensamos que não há saídas e o melhor a fazer é arcar com os prejuízos. Mas nunca praticamos essas duas formas de conduta ao mesmo tempo!

No centro desse pêndulo está o que chamamos na ciência do comportamento de “modelo mental”.  São nossas convicções, nossos valores éticos, nossas regras de comportamento, nossas experiências acumuladas durante toda nossa vida, a imagem que fazemos de nós mesmo e que, em cada questão, nos leva a uma categoria de desejos e comportamentos.

Embora possa parecer que essas convicções já vêm em nosso DNA, a verdade é que todas elas são aprendidas por meio do processo de aprendizagem e incorporação de comportamentos novos, que ocorre em todas as experiências que passamos desde o nosso nascimento!

Frente às diversas situações que nosso ambiente provoca respondemos com os comportamentos que, acreditamos, vão gerar as consequências mais agradáveis. Quando isso ocorre sentimos uma agradável sensação de felicidade, que aumenta a convicção de que podemos progredir. Nossa motivação! Por outro lado, quando nossos atos geram consequências desagradáveis sentimos uma desagradável sensação de frustração, que aumenta nossa convicção de que nossos comportamentos são improdutivos.

Nesse momento, se nosso “modelo mental” nos empurrar na direção da busca por ideias e comportamentos alternativos, capazes de gerar, na mesma situação, a superação da sensação desagradável de uma frustração, proporcionando consequências mais agradáveis, jogamos o pêndulo para o lado da motivação. Evitando a depressão e praticando comportamentos motivadores na maior parte do tempo!

O melhor…. Alimentamos ainda mais nosso modelo mental motivador e sua força frente a novos desafios, que seguramente virão. É como treinar nossa motivação em cada minuto de seu dia.

Quanto mais pensamentos e esforços na busca por realizações melhores, mesmo frente a diversidades, maior a probabilidade de alcançar resultados mais satisfatórios e felicidade! E, por consequência mais forte nossa convicção, nossa autoimagem positiva!

Se, toda vez que você pensar de forma depressiva, trocar esse raciocínio por outro que busque alternativas melhores, sempre estará motivado e evitando a depressão! Essa escolha é sua e ninguém a fará por você!

Pense nisso!

LAUTER F. FERREIRA
AYRES & FERREIRA LTDA.
Psicólogo – CRP-06/09138-0
Autor dos livros “Construindo Equipes de Alta Performance”,
“Alta Performance: Sete Forças Sob Sua Pele”.
lauterferreira@ayreseferreira.com.br
www.ayreseferreira.com.br