Liderança. Um gap a ser tratado!

maio/2020

Por que uma pessoa pratica comportamentos induzidos ou sugeridos por outra pessoa, conferindo a esta pessoa um estado de líder?

Quando faço essa pergunta a profissionais operacionais que trabalham nas organizações que encontro pela vida, em sua maioria, ouço respostas como: preciso do emprego, se não fizer posso ser demitido; quem sabe consigo um aumento de salário; quero ser promovido e crescer; o que ele pede frequentemente dá certo; obedecendo fujo de xingamentos e punições etc. Isso deixa claro que esse segmento e, portanto, a liderança do gestor, está diretamente ligada aos benefícios que ele pode proporcionar aos profissionais de sua equipe.

Por outro lado, quando faço a mesma pergunta a gestores, encontro respostas mais ou menos como essas: eu sou o chefe e eles tem de fazer o que ou falo; preciso conseguir mais com menos custos; eu sempre dou a palavra final; se não fizerem não servem para trabalhar aqui etc. Dificilmente encontro gestores buscando aumentos salariais para profissionais que atingem patamares elevados de resultados, ou indicando pessoas de sua equipe para promoções, ou simplesmente fazendo um elogio e um reconhecimento explícito.

Há um gap, um distanciamento, entre os desejos mais íntimos de gestores e seguidores, provocando, de forma velada, a prática de performances medíocres que todos aceitam por considerar que é assim mesmo. Seguidores evitando debates contributivos por considerar que seus desejos não serão realizados, e gestores evitando debates mais contributivos porque buscam resultados mais elevados com o menor custo e isso envolve rapidez e a impossibilidade de satisfazer desejos dos seguidores. O distanciamento só aumenta e a performance só diminui. O gap aumenta ainda mais até chegar a uma situação insustentável… Alguém deixa o grupo!

Considerando, de forma resumida, que líder é o sujeito que por seus comportamentos conduz um grupo de pessoas em busca de realizações capazes de proporcionar benefícios significativos a todos, qualquer pessoa que assume uma posição de gestão precisa refletir e definir que tipo comportamentos deseja praticar, para construir que tipo de pessoas a sua volta, visto que seu sucesso depende diretamente do empenho, comprometimento e sucesso das pessoas que compõem seu grupo.

Liderar é construir cidadãos. Pessoas capazes de alcançar patamares inimagináveis de realizações que beneficiam o grupo em sua sustentação e cada pessoa em sua motivação!

Esse gap precisa ser eliminado!

Por fim, é muito claro o fato de que uma pessoa assume uma posição de liderança na medida em que, de alguma forma, facilita ou conduz as pessoas a situações que as beneficiem de alguma forma. Por isso é fundamental que gestores, de qualquer patamar organizacional, busquem conectar os comportamentos do grupo com os resultados que tragam os benefícios desejados. A principal atitude de um verdadeiro líder é sua capacidade de associar os resultados excepcionais conseguidos pelo grupo com os benefícios que motivam e impulsionam as práticas, os comportamentos operacionais, que os produziram. O que exigem coragem!

Veja por você mesmo… Identifique uma pessoa a quem você segue, por exemplo seu chefe, um religioso etc. Faça-se a seguinte pergunta; por que pratico o que essa pessoa sugere? Procure responder com toda sua inteligência e objetividade e escreva em uma folha de papel. Analise sua resposta corajosamente e chegue a suas conclusões!

Liderança e seguimento fazem parte de um mesmo sistema! Não há meio líder ou meios seguidores…

Pense nisso!

LAUTER F. FERREIRA
AYRES & FERREIRA LTDA.
Psicólogo – CRP-06/09138-0
Autor dos livros: “Construindo Equipes de Alta Performance”,
“Alta Performance: Sete Forças Sob Sua Pele”.
lauterferreira@ayreseferreira.com.br
www.ayreseferreira.com.br