Gestor… qual é seu modelo mental?

outubro/2020

As ciências do comportamento já estão repletas de pesquisas e texto comprovando a determinação do comportamento humano pelo modelo de seu raciocínio. Agimos, praticamos comportamentos guiados pelas convicções presentes em nosso cérebro. Convicções são nossas memórias, crenças, regras morais, conhecimentos. Experiências de vida acumuladas ao longo de nossa existência e que formam o que chamo de modelo mental. Mas ele não está solidificado, petrificado, ele continua se modificando, se moldando por meio do processo de aprendizagem, que ocorre durante cada uma das novas experiências de relacionamento que vivemos com o meio ambiente a nossa volta.

Ao longo de nossa vida praticamos os comportamentos que acreditamos serem os mais contributivos para nós mesmos e para a comunidade que nos cerca. Reforçamos nosso modelo mental quando esses comportamentos resultam nas realizações e emoções que esperávamos. Descartamos nosso modelo, ou parte dele, buscando novos conhecimentos, quando verificamos que esses comportamentos produzem consequências diferentes das que esperávamos. Ou quando achamos que poderiam ser ainda melhores. Vamos assim, modificando nossas convicções, nossa forma de conduta e suas consequências.

Qual é seu modelo mental como gestor?

Como pessoa que possui a responsabilidade de conduzir uma organização composta por outras pessoas a patamares elevados de realizações, reconhecimento e felicidade. Uma organização que seja capaz de proporcionar produtos e serviços que contribuam com a melhoria de vida da grande rede de pessoas a ela conectadas. Qual é seu modelo mental atual?

Em relação aos profissionais de sua equipe, você acredita que eles nascem prontos? Um profissional que cumpre suas atividades com excelência, detecta pontos de melhoria, fornece ideias inovadoras, etc., já está no sangue, é um dom? Ou você acredita que profissionais desse tipo são resultado de educação básica primorosa, experiências vividas e aprendizagem contínua adquiridas durante sua vida, e que, por isso, não está terminado podendo evoluir ainda mais?

Em relação aos clientes, pessoas que se beneficiam dos produtos e serviços que sua organização produz, você acredita que eles são a principal razão de sua existência, ou são apenas fonte de riqueza pessoal? “Se não querem pagar esse preço, comprem de outro”!

Em relação aos fornecedores em geral, você pensa que deve “espreme-los” forçando sempre o preço mais barato, com alto patamar de qualidade? Ou acredita em um relacionamento baseado em negociação, que favoreça a evolução deles como provedores e parceiros de seu negócio?

Em relação a seus concorrentes. Você os vê como hienas que querem acabar com você, ou como contrapontos que servem como uma espécie de guia para suas ações futuras, em busca de eficiência, com maior probabilidade de acertos e sem erros?

Como você raciocina em relação ao governo em geral. Você acredita que ele é um bicho papão que come todo o dinheiro dos impostos que você paga, ou é um fornecedor de regras, facilidades e benefícios para os movimentos de todas as espécies que você e sua equipe precisam fazer em busca de sua missão?

Responder a essas questões, e muitas outras, é fundamental porque elas determinam suas ações e, essas determinam seus resultados!

Se você pensa que os profissionais de sua equipe nascem prontos, gaste seu tempo e dinheiro na prática do melhor processo de seleção para conseguir aqueles profissionais que você necessita, e no processo de demissão para se livrar daqueles que não alcançam a performance que você espera. Ao contrário, se você acredita que eles são resultado de aprendizagem contínua, gaste seus recursos proporcionando novos conhecimento e experiências desafiadoras, buscando evolução comportamental e realizações sempre melhores!

Se você acredita que os clientes são seu principal patrimônio, gaste seu tempo, e o de sua equipe, conversando com eles, identificando suas características particulares, pesquisando e desenvolvendo produtos e serviços que melhore suas vidas a preços que todos eles podem pagar.

Enfim, para não nos alongarmos, reveja seu modelo mental. Escreva-o em uma folha de papel. Escreva as atividades que você e sua equipe praticam conectadas a cada raciocínio desse modelo. Escreva as consequências, contributivas e prejudiciais, de cada uma dessa atitudes. Nesse momento, não invente… Seja o mais realista possível.

Releia e reflita se seu modelo de pensamento e suas práticas satisfazem plenamente os desejos de realizações e reconhecimento que você e sua equipe procuram.

Com certeza você encontrará formas de pensar e, por consequência de agir, a serem modificadas! Tenha coragem para debater com as pessoas a sua volta e fazer essas modificações. Além de profundamente saudável é o fator mais provocador de inovações e desenvolvimento humano.

Bom trabalho!

LAUTER F. FERREIRA
AYRES & FERREIRA LTDA.
Psicólogo – CRP-06/09138-0
Autor dos livros “Construindo Equipes de Alta Performance”,
“Alta Performance: Sete Forças Sob Sua Pele”.
lauterferreira@ayreseferreira.com.br
www.ayreseferreira.com.br