Para que Serve um Gestor de Equipes

Novembro/2009

Acho que todas as pessoas que assumem uma posição de chefia deveria se fazer essa pergunta o mais breve possível. Quanto mais cedo você compreender a realidade da responsabilidade que assumiu, mais cedo você pode garantir um lugar no trono de pessoas bem sucedidas.

Muito provavelmente, quando você foi promovido pela primeira vez, alguém lhe deu os parabéns e as primeiras instruções com novo chefe. “Bastar ser você mesmo, não se preocupe, tudo vai dar certo”! E você iniciou sua carreira de gestor tentando executar seu trabalho operacional, afinal era isso que você sabia fazer e, ao mesmo tempo tentando fazer com que os outros, seus subordinados, fizessem o que deveriam, já que eles também já sabiam o que deveriam fazer.

Assim, era moleza. Era só manter todo mundo fazendo o que já sabiam e ganhar um dinheiro a mais que lhe haviam prometido.

Até chegar as primeiras notícias, pelo seu chefe, lógico, de que os resultados de seu departamento não eram condizentes com o esperado. Esperado? O que é isso? Ninguém lhe havia dito que havia um resultado esperado!
Mas havia, seu chefe lhe põe a par do que era esperado para seu departamento e você conclui que é necessário fazer mais. O velho chavão fazer mais com menos. Já ouviu falar disso? Trabalhar mais com menos horas de desperdício.

Então você convoca sua turma para trabalhar mais rápido e mais tempo, sem desperdiçar tempo com conversas moles no horário de café ou horários de lazer. Ficar trabalhando depois do expediente normal é mais importante do que ir para casa e ficar sem fazer nada. Pelo menos no trabalho sua turma ganha mais dinheiro com horas extras. Mas os objetivos também ficam mais desafiadores e você precisa começa a ficar mais apertado ainda e recorre a seu chefe pedindo mais gente.

Seu chefe torce o nariz e questiona: Será que precisamos de mais gente ou de modificar a forma com os trabalhos são executados?

Isso deixa você em parafuso! Caramba, estava tão concentrado no trabalho que você não teve nem tempo de pensar nisso. Afinal você tem de fazer tudo, executar os serviços mais delicados e ainda orientar a equipe! Mas, de novo, isso pode ser verdade. Será que o trabalho pode ser realizado de outra forma? Melhor? Quando pensar nisso?
A resposta vem bem rápida. Sábado! Esse é o dia ideal para se sentar sozinho à mesa, sem ninguém por perto e começar a montar novas formas de fazer o serviço.

Assim se passam os anos na base da correria até que você descobre que passa grande parte do seu tempo tentando cumprir os objetivos desejados na marra. Hora mandando que os outros cumpram com suas obrigações, hora você mesmo arregaçando as mangas e correndo atrás dos resultados.

Nessa correria para conseguir com que os resultados sejam alcançados você nem percebe que, como eles são a consequência direta dos comportamentos das pessoas responsáveis para sua realização, definir esses comportamentos é a sua principal atividade. Ou deveria ser. Você começa a perceber que cada detalhe dos procedimentos de trabalho é fundamental para o alcance dos resultados. Se você ficar muito tempo executando tarefas operacionais não tem tempo para analisar essas tarefas e buscar novas formas de chegar aos resultados.

Repensar suas atividades, não é fácil! Afinal as atividades operacionais são as que você mais sabe e tem segurança para executar. Ouvir os outros trabalhadores, raciocinar em busca de modificações na forma de realizar o trabalho, orientar seus colegas, acompanhar, etc., são atividades que você nunca havia feito antes. Mas, tem de praticar agora.

Tão importante quanto definir objetivos e resultados claros e mensuráveis a serem alcançados é definir como isso será feito nos mínimos detalhes. Detalhes que saem da esfera meramente técnica para penetrar na esfera pessoal de cada uma das pessoas que trabalham para você. A esfera composta por conhecimentos, desejos e ações efetivas.
Você agora começa a descobrir que sua função como gestor de equipes não é apenas manter as coisas funcionando, mas conduzir um grupo de outras pessoas na busca por realizações excepcionais.

Efetivamente influenciar o comportamento de cada pessoa que faz parte de sua equipe a buscar realizações sempre melhores. Conduzir sua equipe é educar profissionais no dia a dia em um novo padrão de comportamento. Um padrão de pessoas que nunca se conforma com o resultado atual!

LAUTER F. FERREIRA
AYRES & FERREIRA LTDA.
Psicólogo – CRP-06/09138-0
Autor dos livros “Construindo Equipes de Alta Performance”,
“Alta Performance: Sete Forças Sob Sua Pele”.
lauterferreira@ayreseferreira.com.br
www.ayreseferreira.com.br